A criança, muito cedo, percebe qual é a influência que exerce no ambiente. Quando nota nos pais descontrole, irritação, impaciência, quase sempre se culpa por essas manifestações, sendo que, muitas vezes, não é ela a responsável por tais reações.

Mesmo assim, costuma atribuir para si essa culpa.

Nem todas as pessoas conseguem controlar suas emoções, a ponto de evitar a descarga de raivas, angústia e frustrações, em ambientes em que não há relação com a causa de tais sentimentos.

A falta de consciência do deslocamento efetuado pode gerar muitos problemas.

A inconstância nas atitudes dos pais para agirem em relação às mesmas situações familiares pode ser um exemplo disso.

Quando estão bem voltam para casa felizes. Demonstram ser bastante compreensíveis.  No entanto, quando tensos como consequência de problemas enfrentados no dia, retornam mal-humorados e, com isso, proíbem todas as manifestações da criança.

E o que geralmente é permitido passa a ser proibido!

Essa incoerência dos pais pode tornar os filhos inseguros e ansiosos.

É lógico que é difícil demonstrar alegria, calma, quando não se sente dessa maneira.

Não está sendo sugerido aos pais que finjam um estado de humor. Isso seria desastroso! Certamente se trairiam e, de alguma forma, o descontrole apareceria.

E se a verdade, de maneira bastante simples, fosse dita à criança?

Pensem!   Como seria?

Dizer aos filhos que não se sentem bem. Que alguma coisa lhes aconteceu que os deixaram bravos, chateados, ou até mesmo cansados. Que precisarão de um tempo para se acalmarem, pode representar o reconhecimento de sua condição humana.

Também dizer que terão prazer em se divertirem juntos quando se sentirem melhor pode representar um modelo de que é possível se acalmarem.

O respeito mútuo pode evitar situações de conflitos.

Vejam bem, não estou dizendo que a criança irá obedecer. Mas, pode ser levada a isso, porém, com coerência!

Alguns pais dirão: Mas, a criança irá entender que não estou bem? Sim, é claro! Desde que isso seja comunicado a ela de maneira clara e simples. Porém, entenderá como uma criança!

É importante considerar a idade dela e o seu grau de amadurecimento, para lhe dizerem somente o que é preciso.

Não é necessário entrarem em detalhes e fazerem da criança uma ouvinte aos seus desabafos. Isso seria muito cansativo e chato para ela.

O objetivo principal é o de passarem a ideia de que ela não é sempre a responsável por todas as suas reações. Com isso, vai aprendendo a não se culpar por tudo de ruim que acontece em seu ambiente.

A criança tem a tendência a generalizar, movida pelo seu egocentrismo, próprio de uma fase da infância.

Sem o acúmulo de culpa, poderá sentir-se mais segura e feliz.

E os pais, por sua vez, humanos!

Imagem: Pixabay / Succo

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