O remédio é a empatia- Fique em casa!

por | abr 1, 2020 | Meus Artigos | 0 Comentários

Espero que cada um de vocês esteja bem! Algumas pessoas tem me telefonado assustadas e angustiadas, principalmente as que não puderam parar de trabalhar, sentem muito medo de serem contaminadas pelo NOVO CORONAVÍRUS.

Todos sentem esse medo agora, isso é muito bom, perfeitamente normal! É um medo saudável que serve para nos proteger. É por isso a recomendação para que fiquemos em casa.

Cada um de nós que aceita ficar em casa contribui para diminuir a possibilidade de contaminação das pessoas que precisam trabalhar.

O que há de bonito nesse momento é a importância de pensar no outro. É quando tiramos o foco de nosso umbigo e o direcionamos para a humanidade.

Se a grande maioria dos seres humanos que habita o planeta sente esse medo, logo esse medo é real e não imaginário!

Sabem qual é a diferença entre o medo e a fobia?

O medo é normal. Ele serve para nos proteger de perigos reais. Existe para a preservação da espécie. Há medos que são comuns a todas as pessoas como, por exemplo, o medo de incêndio; de andar só, à noite, em lugares isolados e perigosos; o medo de animais selvagens, e assim por diante. Se ouvirmos alguém gritar “FOGOOOO”, certamente, sairemos correndo para nos proteger e também para proteger a nossa família. É um impulso natural. O que é ótimo para a nossa sobrevivência.

Enquanto que a fobia é caracterizada por uma reação de medo desproporcional ao perigo. A pessoa fóbica demonstra pavor e desespero para enfrentar o objeto de seu medo.
Como por exemplo: sentir medo exagerado de algum inseto ou animal doméstico, de elevador, avião, dirigir automóveis, sair de casa, reuniões etc.
A pessoa que sente esse medo fóbico percebe que, em geral, as outras pessoas não enxergam esse medo da mesma maneira que ela.

Segundo a psicanálise, as fobias são vistas como mecanismo de deslocamento da angústia – é como se eu retirasse um objeto de um lugar e o deslocasse para o outro. É considerado um disfarces simbólicos de outro medo qualquer.
Como por exemplo, é mais fácil para a pessoa fugir de um animal inofensivo, do que fugir de algum outro medo, muitas vezes, guardado no inconsciente da mente infantil. Pode acontecer de um medo inconsciente fazer tentativas de caminhar para o consciente, com isso, provocando angústia na pessoa, a qual INCONSCIENTEMENTE elege outro medo como substituto.
Portanto, a fobia protege a pessoa das angústias não elaboradas, provavelmente, da infância.

A infância é a época de maior medo do ser humano: medo de não ser amado, considerado, medo por ter feito algo errado…
É a maneira de a mente infantil interpretar os acontecimento. Todos carregam dentro de si a criança que já foi um dia.

Existem tratamentos muito eficazes para as dores da alma.
No caso dos transtornos de ansiedade os quais incapacitam a pessoa a levar uma vida normal (fobias, TOC…) é indicada a Terapia Cognitiva Comportamental, com ótimos resultados. Isso para os enfrentamentos. Em alguns casos será necessário o trabalho em conjunto da psiquiatria e psicologia.
Enquanto que, a abordagem psicanalítica objetiva levar a pessoa a entender as razões de seus medos ao entrar em contato com eles.

Há várias escolas psicoterapêuticas (propostas de tratamento). Se o cliente não se beneficiou de um tratamento deve mudar para outro, contanto que não desista de se cuidar, para que volte a se sentir bem.

No entanto, o medo que estamos sentindo agora é um medo compartilhado entre todas as pessoas do planeta. É uma PANDEMIA! Não é FOBIA!

Porém, toda situação estressante pode tornar o medo muito pesado.

Mas, o que vamos fazer com esse medo é uma escolha INDIVIDUAL.

Não tenha medo do seu medo, sinta medo de não fazer nada para evitar as contaminações!!!

Filtrar as informações nos ajuda a entender melhor o que está acontecendo. Aceitar o momento, também é importante, e lembre-se – é uma situação temporária!

Todos sabem que é um vírus novo e que ainda não tem vacina, mas terá. Até lá precisamos nos cuidar para que ele não se espalhe, pois a possibilidade do contagio é muito grande. As pessoas mais vulneráveis em relação à saúde poderão ser gravemente afetadas se forem contaminadas pelo vírus. Além do que, muita gente no Brasil vive em estado de pobreza extrema. Se todos forem infectados o sistema de saúde não conseguirá atender tanta gente ao mesmo tempo. Só na cidade de São Paulo são vinte e quatro mil moradores de rua. É uma TRISTEZA!

Todos podem ser infectados, mas vamos permitir que todos possam ser tratados?

Precisamos desenvolver a empatia. FICAR EM CASA É PENSAR NAS OUTRAS PESSOAS TAMBÉM!

Observem como o maior problema do ser humano é a dificuldade em lidar com a espera. Tudo tem que ser para ontem.

Como, então, conseguir esperar por uma vacina? Como usar a criatividade nesse momento, enquanto esperamos o vírus ir embora ou que ele se torne inofensivo?

A mente humana desaprendeu a esperar. O grande avanço tecnológico trouxe muitos benefícios, mas por outro lado, trouxe muitas mudanças às quais desencadearam nas pessoas a intolerância. O seu humano está mimado, exigente e infeliz.

Vejam alguns exemplos de como lidávamos com a espera num passado recente:

-Para fotografar era preciso terminar o filme da câmera, depois levar ao fotógrafo e ESPERAR pela revelação – talvez demorasse uma semana e apesar das fotos com caretas e caríssimas, ficávamos felizes. Atualmente a exigência é muito grande: “Ah, não gostei dessa foto, apaga!”;

-Era preciso ESPERAR até o nascimento da criança para saber o sexo do bebê. Atualmente, é possível essa revelação desde o inicio da gestação. Ainda assim, há pais que ficam muito ansiosos por essa espera tão curta;

-As ligações telefônicas eram realizadas pelas telefonistas, precisávamos ESPERAR muito tempo até que fossem completadas. A comunicação era também por cartas – a espera por elas era grande; mas era tão prazeroso receber uma carta. Hoje, se não respondemos a uma mensagem no whatssap, de imediato, somos considerados mal educados;

– Os canais de tv eram poucos, talvez quatro. Era o que tínhamos. Caso perdêssemos o programa favorito, porque acabou a energia ou a torre de tv da cidade não enviou o sinal, azar o nosso! Não teríamos mais a possibilidade de assistir ao programa novamente.

-Era comum colocarmos bom- bril (palha de aço) na antena da TV, e era preciso toda uma delicadeza e nem mesmo respirarmos quando a imagem ficava mais ou menos nítida. Atualmente, as pessoas não saem das poltronas para mudar os canais da TV, os quais são incontáveis e, às vezes, nenhum canal é escolhido de tantas opções.
Se faltarem as pilhas para o controle de tv, então, a irritabilidade é visível, pois a pessoa terá que se levantar e aprender a mexer na TV. Será que alguém ainda sabe usar uma tv sem controle remoto?

Existem inúmeros exemplos que demonstram o destreino da mente humana em esperar.

Percebem o quanto é difícil para as pessoas esperarem por uma vacina ou ficarem em casa sem saber por quanto tempo? Mesmo as que podem, embora saibam a importância dessa atitude.

Quando os pais se queixam de que os filhos não sabem esperar, de imediato pergunto: – E vocês, sabem?

Pois, não saber esperar é normal na criança, no adulto, não!

Penso que esse vírus veio nos ensinar muito sobre o que DESAPRENDEMOS!

Fiquem bem!   Fiquem em casa!  Vamos cuidar uns dos outros!

 Imagem de mohamed Hassan por Pixabay

 

 

 

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