Essa é uma pergunta muito difícil de responder.
Não existem receitas milagrosas quando se trata do comportamento humano. Cada situação é única e recheada de emoção.
Existe a constatação da importância das atitudes coerentes dos pais, para que os limites sejam, aos poucos, compreendidos pela criança.
Um bom começo é observar as manifestações de amadurecimento emocional dos pais.
Comento isso, porque é comum eles se sentirem perdidos para lidarem com algumas resistências da criança. Se ambos tivessem o mesmo tamanho físico, dificilmente, identificaríamos quem é a criança e quem, o adulto.
Ficarem perdidos, desesperarem-se, não é o melhor caminho. A calma e o controle são necessários nessas horas. Para dizer um “não” necessário, não é preciso descontrolar-se a ponto de transformarem a criança em um depósito de “queixas”. Isso prejudica a autoestima dela.
Depois de se acalmarem, a culpa aparece! Culpa pelo que disseram e não queriam ter dito!
O pior é que poderão, para livrarem-se dessa sensação dolorosa, satisfazer ,ainda mais, as vontades da criança. Esta, muito confusa, irá aprender, daqueles em que mais deveria confiar, como conseguir o que quer do ambiente.
Outra situação, claramente observada, é o medo que alguns pais demonstram sentir pela recusa dos filhos em aceitar os limites em público. Têm receio da imagem que a plateia fará deles.
É bem complicado, já está escrito, na expressão desses pais, o pavor do que está por vir – “O que será que vão aprontar, desta vez?” “Farão birra, vão gritar?”…
Parece que esse medo os impede de perceberem a atitude adequada e necessária a tomar.
Não dá pra ensinar uma criança a reconhecer os limites, quando se tem medo dela, de suas reações.
Criança é criança. Vai chorar, sim! Talvez, “espernear”, quando contrariada.
Isso é perfeitamente normal! Principalmente, quando ainda muito nova! Deve poder manifestar suas emoções.
É importante que sinta essa permissão, desde que não agrida ninguém nem a si mesma, desde que saiba o motivo pelo qual não pode fazer o que quer.
Afinal, está triste, alguma coisa não deu certo para ela e essa é a maneira que conhece de expressar a sua tristeza e a sua frustração. Com o tempo, vai perceber que sobrevive a essa sensação de contrariedade, que não é tão difícil assim! Aos poucos, vai se sentindo capaz de lidar com a insatisfação.
Isso é sinal de força! Porém, é um aprendizado lento!
A família deve ser cuidadosa em oferecer esse aprendizado à criança. Não há regras. Há o bom senso!
A falta de paciência dos pais pode dificultar a compreensão das manifestações naturais da criança durante o seu desenvolvimento.
É fundamental a coerência entre os pais para decidirem o que a criança pode e o que não deve fazer. Sem essa definição clara, não é possível ensinar-lhe os limites.
Para começar, aprendam a ouvir com paciência o choro de seus filhos, eles vão precisar disso para crescer!
Imagem: Pixabay / waldryano
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