“Rótulos”. “Etiquetas”. Como as crianças são vítimas deles! Quantas e quantas vezes ouvem referências, nem sempre positivas, a seu respeito.
Veja bem, em alguns casos, isso acontece de maneira muito disfarçada, mas frequente. Alguns pais dirão que jamais agiram assim com os filhos. Mas, agem. Na maioria das vezes, sem perceberem.
Pense nos momentos em que se recusam a ir ao banho, a alimentar-se, quando brigam com os irmãos ou coleguinhas, quando não guardam seus brinquedos, quando querem fazer alguma coisa que, no momento, você desaprova.
Pense no que é dito, nessas horas, para que se consiga deles a obediência.
Pense nessas palavras que acaba de trazer à consciência. Será que elas podem exercer alguma influência positiva? Ou servem para humilhar, magoar ou detonar aquilo que você mesmo luta para conseguir – um filho que aprenda a gostar de si mesmo!
Nessas horas, as crianças despertam nos pais uma sensação de desconforto; quando somada à impaciência, o resultado quase sempre são os rótulos negativos.
Provavelmente, deve estar pensando que a psicologia veio para “facilitar as coisas para as crianças”, propondo que as mesmas possam fazer o que quiserem, protegendo-as dos pais e educadores.
Será?
Será que para dizer um não coerente, acompanhado de uma justa explicação é necessário que os pais se descabelem, manifestando até mais imaturidade que a própria criança?
Ocorre que alguns pais não suportam ver o filho chorar. Quando dizem um “não” necessário, deixam que esse “não” se transforme em “sim”. O pior é que junto ao “sim” vêm as queixas, os “rótulos”: “Pode, então, vai, seu chato”! “Você não tem jeito mesmo”! “Até quando vai isso”? “Não aguento mais”!
Depois se perguntam: não sei o que acontece com meu filho, faço tudo que ele quer e parece estar sempre insatisfeito?”.
O que acontece é que, provavelmente, não está tendo a oportunidade de aprender a lidar com as frustrações, tampouco com os “nãos”.
Com isso, tem se tornado cada vez mais exigente e infeliz. Pode sentir que é um peso na vida dos pais. Afinal, são tantas queixas endereçadas a ele…
Embora, quase sempre tenha a permissão para fazer o que quer é ,muitas vezes, lembrado pelo que ouve a seu respeito, de não ser uma pessoa “boa”.
Portanto, as queixas podem levar as crianças a sentirem dificuldade em perceber o seu valor para os pais.
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Imagem: Pixabay / FeeLoona