Quando o assunto é se preparar para os compromissos, é natural os pais se queixarem de que os filhos não os atendem prontamente. Muitos afirmam a dificuldade que sentem em evitar o atraso das crianças, que parecem não os ouvir!
Nesses momentos, as únicas respostas são os intermináveis “espera um pouquinho”. É uma “enrolação” assistida pelos pais, a princípio, passivamente.
Muitos desentendimentos familiares começam aí, exatamente nesse ponto – no DESRESPEITO.
Quando os pais demonstram dificuldade em lidar com os filhos nessas situações, perdem a preciosa oportunidade de ENSINÁ-LOS A PRATICAR O RESPEITO, valor esse a ser transmitido pela educação.
A palavra respeito é originária do latim – respectus, que significa “olhar outra vez”. Ou seja, quando algo merece um segundo olhar, ele é digno de respeito, de consideração.
Ensinar a criança a ter consideração pelos pais e também por aqueles que a esperam é a transmissão de um valor.
A função dos pais é educar os filhos. Transmitir-lhes valores que consideram importantes. A criança não pode carregar a responsabilidade de se educar. Ela não tem competência para isso, maturidade.
Para educar, alguém tem que fazer o papel do adulto, e esse alguém devem ser os pais ou os responsáveis pela criança.
É importante considerar que toda relação tem dois lados. Quando os filhos não obedecem, é porque os pais permitem.
Não é a criança que é desrespeitosa e desobediente. São os pais que não fazem o papel que lhes compete – que é o de ensinar a importância do respeito para as saudáveis interações.
Muitos pais desconsideram o seu lado no educar. Exemplo disso é quando resumem muitas situações dizendo: “Mas, ele(a) não obedece. O que eu vou fazer?!”, “É tão teimoso(a)!”, “Ele(a) não quer! Só me manda esperar um pouquinho e não vai nunca!”…
É natural a criança não querer, por exemplo, parar de brincar para ir ao dentista, mas tem de ir! Não há outra escolha. É necessário. E sem atraso! O dentista a espera e ela precisa do tratamento.
No entanto, não há nada de errado em ela não sentir vontade de cumprir o seu compromisso. Essa reação deve ser compreendida com empatia (colocando-se no lugar dela). Isso é respeito. Afinal, é muito melhor brincar do que ir ao dentista!
O fato de compreender a criança não significa que ela fará o que quer. Essa confusão não pode ser feita pelo educador. Portanto, a empatia pode nos tornar mais pacientes e, também, decididos para fazermos o que é necessário, percebe?
É preciso conduzi-la, com tranquilidade, para que obedeça. Mesmo que chore. Qual é o problema? Ela só estará expressando uma insatisfação. Isso é normal, contanto que obedeça, contanto que respeite!
Para ensinar respeito aos filhos, precisamos ser respeitosos. No que se refere aos valores, não conseguimos ensinar o que desconhecemos, o que não praticamos. A criança aprende por modelos. Somos seus espelhos!
Então, fica a dica: É importante nos perguntarmos: Como lido com horários? Costumo respeitá-los ou os desafio constantemente?
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