Você acha que o modo como você viveu a sua infância parece, de alguma forma, com a infância de seus filhos ou netos? Como era o relacionamento entre pais e filhos? Avós e netos? Professores e alunos? Como as crianças se divertiam? Como eram as brincadeiras? Será que tudo sempre foi igual? Pense!

É importante considerarmos a diferença entre criança e infância. Toda criança, de qualquer lugar do planeta, passa pelas mesmas fases de desenvolvimento. No entanto, a infância é cultural, uma vez que sofre as influências do contexto histórico.

 O modo de a criança vivenciar a infância está diretamente relacionado ao momento de sua existência.

É fácil perceber as mudanças das últimas décadas. A intenção não é identificar ou reconhecer a melhor ou  a pior época. Mas, constatar que, em períodos diferentes, os relacionamentos ocorriam de outras maneiras e eram considerados normais.

Atualmente, é comum os pais se queixarem da dificuldade que sentem para educar os filhos. Afirmam que eles estão muito exigentes, impacientes, desobedientes, ansiosos e desatentos. Muitos se sentem completamente perdidos para lidar com essas manifestações da criança.

É importante observar que o desrespeito ao desenvolvimento infantil incorporou-se em nossa cultura atual: a alfabetização está ocorrendo cada vez mais cedo. Há crianças que precisam dar conta de uma agenda de executivo, são muitos cursos e atividades escolares; o estímulo ao consumismo está desenfreado, os meios de comunicação apelam ao inconsciente coletivo dos pais levando-os a entender que comprar brinquedos para os filhos é demonstração de amor e atenção; os tablets se transformaram em prolongamento das crianças, muitas não se desgrudam deles, mesmo as que ainda não andam nem falam, um recurso bastante utilizado para aquietá-las; e assim por diante…

O que menos a criança consegue, atualmente, é ser criança. Somente isso!  Essa condição está sendo roubada dela!

Quando os pais se preocupam em oferecer aos filhos a oportunidade para que vivam como um ser de sua idade, grande passo é dado no sentido da saúde mental da criança e da família. Isso é respeito!

É importante que os pais observem que as mudanças de costumes também os incluem. Exemplo disso é a enorme importância atribuída aos smartphones. É fácil observar como, atualmente, o foco da atenção do ser humano, na maior parte do seu dia, está voltado para essa tecnologia.

A criança está sujeita à educação que recebe, não tem como ela ter controle sobre isso, a não ser, pelos sintomas – uma maneira de comunicar que algo não está bem com ela.

Enfim, educação requer atenção, empatia, cuidado e respeito.

Parece que ficou difícil educar os filhos, nos dias de hoje!

Sorte dos filhos, cujos pais têm força para remar contra a correnteza, quando preciso for!

 

Imagem:  Pixabay / artistlike